Fábulas

A história do Zé, do Pinto e do Coelho

Era uma vez um Zé, um Pinto e um Coelho que eram muito amigos. O Zé era xenófobo, o Pinto era racista e o Coelho tinha um Q.I. equivalente ao de uma bota biqueira-de-aço. Por isso eram tão unidos. Pareciam uma e a mesma pessoa.

Certo dia o Zé lembrou-se de liderar um partido. Não era um partido qualquer. Era muito selectivo. Só podiam entrar indivíduos com a cabeça rapada por dentro. Alguns levaram aquilo tão à letra que tambem a raparam por fora.

Então, o Pinto, sempre cheio de ideias brilhantes, lembrou-se de marcar um encontro internacional, com mais 1/2 duzia de mentecaptos unidos pela paixão que nutriam pela grandeza humana de Hitler.

O Coelho apercebeu-se que a coisa podia correr mal e, em seu lugar, marcou uma conferência de imprensa. Foi memorável! Do alto da sua sabedoria e visão politíca, apenas comparáveis à evidenciada por uma alforreca do Sado, vomitou palavras iluminadas, que provocaram nos ouvintes sensações de prazer extremo, semelhantes ao prazer que alguém poderá experimentar ao ser bombardeado por um tanque em plena Bagdad, logo após ter sido atropelado por um camião cheio de porquinhos-da-índia.

Após responderem solicitamente às questões de uma jornalista brasileira, a quem "fizeram olhinhos", o Zé, o Pinto e o Coelho dirigiram-se a casa, construída com recurso a mão-de-obra predominantemente da Europa de Leste, num bairro com vias de acesso financiadas pela U. E. e, em boa parte, alcatroadas por cidadãos trabalhadores oriundos de países africanos.

Depois de beberem o seu leitinho quente, e enquanto se preparavam para repousarem nas suas caminhas de madeira oriental, repararam que a empregada uncraniana se tinha esquecido de passar a ferro as suas t-shirt preferidas, com suásticas bordadas à mão por crianças indonésias. Gritaram, em uníssono: "MORTE AOS IMIGRANTES! " e dormiram descansadinhos.
MORAL DA HISTÓRIA: Há burros (como eu!) que ainda perdem tempo com estes animais!