O casamento homossexual


Há quem questione o casamento homossexual. Eu não. Dá muito trabalho. Pensar, por si só, já requer elevadas doses de concentração. Pensar sobre um tema fracturante ainda é coisa para me consumir larga parte da tarde e eu tenho de olhar pela minha saúde mental.


O que sei é que, simpaticamente, um grupo de senhores juntou-se e pensou por mim. Decidiram que um homossexual pode casar, mas está proibido de adoptar. Faz sentido. O pressuposto foi proteger a criança, suponho. Especialmente as crianças às quais o termo casamento (que, ao que parece, também é uma instituição, segredaram-me agora) se aplica a um homem e uma mulher. Não há relatos de crianças que se sintam constrangidas em conviver com um homossexual, nem mesmo com dois. Mas se eles forem casados, nunca fiando…como sabemos, há crianças muito embirrentas e tradicionalistas.


E assim, ficam todos os direitos protegidos. Os das crianças (com especial ênfase para as mais tradicionalistas), os dos homossexuais, e o meu direito a não pensar muito no assunto. Todos estes direitos garantidos pela Constituição Portuguesa, se é que isso interessa para o caso.