Compromisso

Tenho reparado que nos ultimos tempos, em particular os politícos e gestores públicos, se referem recorrentemente a 3 vocábulos para assinalar o seu compromisso com a sociedade:

Inovação, iniciativa e criatividade.

Assumo o compromisso de, neste novo ano, também eu usar isto:

Inovação, iniciativa e criatividade!

Pronto! Já usei! Voltemos à rotina...

Actuação no Mundial (Antes, durante e depois)

29 de Dezembro

Acordei tarde. Para compensar o atraso dei de caras com um croissant atulhado de queijo. Quentinho. O queijo, derretido, galgava os limites da massa folhada. Comi-o tão sofregamente que quando caí em mim já ia no segundo. Enquanto comia, meia dúzia de amigos (daqueles do peito) ligaram a desejar bom ano (os bons amigos ligam sempre nestas alturas, bolas!!!) e a anunciar que, da ultima vez que me viram eu estava, e passo a citar, "a ficar mais gordinho". Caí em mim. Percebi o quão chatos e intrometidos os meus amigos são. Evitei, a custo, comer o terceiro. Não consegui. Acabou por já não me saber tão bem. Desliguei o telemóvel.

Fui para o coração de Lisboa. Praticamente não havia trânsito. Percorri a Av. da Liberdade a pé. Passavam tão poucos carros que os meus pulmões, por momentos, confundiram o Rossio com o Gerês. Fiquei triste por mais ninguém me ligar naquele dia tão especial. Lembrei-me que tinha o telemóvel desligado. Aproveitei, por instantes, o prazer de imaginar que tinha centenas de amigos desesperados a tentar contactar-me, desejosos de me cravar na memória palavras emocionadas, prontos para me aquecer o coração com testemunhos de amor desinteressado e desejos francos de sucesso enquanto eu, incontactável, me posicionava no patamar da inatingibilidade, tornando assim ainda mais dignas essas dedicadas manifestações de carinho e desejos de bem-aventurança. Percebi que isto era uma parvoíce e liguei-o. Ninguém me tentou contactar. Apenas um sms da UZO a prometer 10% dos valores carregados no dia 1 de Janeiro. Fiquei feliz mesmo assim.

Comprei o Expresso. É reconfortante saber que vivo num país onde ainda se produzem conteúdos informativos de qualidade (ou mesmo de excelência, como diria Mário Crespo). A seguir, passei os olhos por um outro jornal que tem 2 algarismos no nome. Alguém dizia que não há dias completamente perfeitos. Pois não.


Fui tomar um cafezinho num dos meus locais preferidos na Av. da Liberdade. Admirei-me por a ASAE ainda o não ter encerrado. (Soube agora mesmo que o presidente da ASAE infringiu a lei. Foi apanhado a fumar na madrugada de dia 1 dentro do Casino. Os gajos do Casino estão lixados! À próxima a ASAE fecha aquilo!)

Fui jantar. Comi algo de que não me lembro. Mas era bom. O vinho, tinto, à temperatura ambiente, acomodava-se ao copo. Não gosto de ver nada acomodado. Já basta o Ministério da Cultura. Bebi-o de um trago.

Acabei de jantar e passei os olhos pelos meus textos. Li-os uma última vez. E outra. E outra. Percebi que não se pode ler algo pela ultima vez 3 vezes seguidas. Sacana do vinho era realmente bom. Tenho de decorar a marca. E os textos. Tenho actuação daqui a pouco. Decorei a marca. Mais tarde percebi que não o devia ter feito, durante a actuação esqueci-me de um pequeno segmento -logo a parte de que mais gosto- ninguém notou, mas fiquei com a sensação que se não tivesse decorado a marca do vinho ter-me-ia lembrado daquela parte. (Palermices!).

Fui para o Teatro. Actuei. Actuámos. Sala cheia. (Quase) esgotada. Lindo! E pensar que só decidimos avançar semana e meia antes. O Rafinha é um profissional. Bom! Muito bom! Sinto que vamos ficar amigos. Para a Vida. Para o ano, provavelmente, vai-me ligar enquanto devoro croissants atulhados de queijo. E essa, meus amigos, é a grande prova!

A propósito,

BOM 2008,

RicardoV.