Espectáculos em Empresas e Eventos

Estou particularmente satisfeito com os espectáculos em Empresas que me têm acontecido ultimamente. Fazer comédia sobre Gestão, Marketing, Recursos Humanos, Finanças, Cálculo Financeiro, EBITDA´s, EBIT's, VA´s, Comunicação, Publicidade, Novos Produtos, Gestão de Crise, Planos Comerciais, Inovação, Sustentabilidade, tremoços e framboesas é mais entusiasmante do que pode sugerir (para alem de que não tenho de me preocupar em ser rigoroso tecnicamente, limitando-me a dizer parvoíces. E a falta de rigor é uma disciplina onde tiro notas invulgarmente altas desde que me conheço, os meus ex e actuais professores são minhas testemunhas abonatórias, concerteza.)

Não sei se é da suposta crise, mas parece que acelerou a procura da comédia para falar de coisas, teoricamente, chatas e, às vezes, delicadas. E acontecem histórias brutais nos espectáculos das Empresas. Conto esta:

Um dos conceitos que mais exploro no Espectáculo de Empresas é a AVERSÃO À MUDANÇA.

As pessoas têm tendência a oferecer resistência à mudança e reclamam ao mínimo sinal. A solução é, perante a mudança, riso e boa disposição para abafar as reclamações. Até porque não é fácil rir e reclamar ao mesmo tempo. Normalmente quem ri e reclama ao mesmo tempo, engasga-se. E engasgar dá tosse.

No fundo, a tosse, não é mais que um sintoma de aversão à mudança. Há quem atribua a culpa da tosse à constipação, tabaco ou irritação na garganta, mas é apenas uma desculpa esfarrapada para esconder a sua aversão à mudança.


O lado bom da tosse, vulgo, aversão à mudança, é que se for mesmo forte a pessoa fica sem ar. Nesse caso o assunto está resolvido. O seguro paga o funeral, a Administração oferece uma coroa de flores e fica toda a gente contente com a mudança.


Conclusão: A partir de hoje, nesta Empresa, quem tossir é despedido !!


(Esta é uma das muitas parvoíces que digo nesses espectáculos)


Há pouco tempo, numa Empresa **, exactamente no momento em que acabei de dizer algo deste género, o Director (que me tinha contratado) engasgou-se. Não parava de tossir. Ou seja, risada geral!! Nomeadamente eu, que não me contive durante largos minutos.

Claro que, quanto mais eu e o resto das pessoas nos ríamos, mais ele tossia (também estava cheio de vontade de rir) e nós não o conseguíamos ajudar. Chegou ao ponto de alguém ter chamado uma ambulância que, quando chegou (largos minutos depois), já não era necessária. Quando o pessoal do INEM chegou ao recinto viu tudo a rir ficou plenamente convencido que aquilo era uma brincadeira de mau gosto. Expliquei-lhes a história da aversão à mudança, eles fizeram "tinóni", deram meia-volta e foram à vida deles. (Foi a primeira vez em que no fim dum espectáculo meu veio uma ambulância e, ao contrário do que seria de esperar, não era para me socorrer a mim.)

Contaram-me que, a partir desse dia, nessa Empresa, sempre que alguém tosse é a risada geral. Em vez de :
"Estás com tosse, pá !? "
,
os colegas dizem:
"Andas com aversão à mudança, pá !!?"


E é destas pequenas histórias que eu ando a viver. Em breve revelo onde andarei a actuar (com o PROGRESSIVE / 2009) até ao fim do ano. Só falta ultimar uns pormenores.

Qualquer coisa, mail me: pessoal@ricardovilao.com


Um gentil e repenicado sopro nas fontes,


RicardoV


** Por razões de confidencialidade e ética NUNCA revelo os nomes das Empresas ou quaisquer informações acerca das mesmas.


P.S.: Peço, de novo, desculpa aos senhores do INEM mas na realidade não houve nenhuma brincadeira. Felizmente o "shô Director" recuperou rapidamente da aversão à mudanç...perdão, da tosse.